segunda-feira, 28 de julho de 2014

Modelo de escola que tanto forma quanto aprova

Foco na disciplina do aluno, diálogo com a família, reforço escolar e professores adequados ao modelo de ensino e com dedicação exclusiva foram apostas na implantação do ensino médio integrado à educação profissional Desde 2008, o Governo do Ceará passou a articular o currículo do ensino médio à educação profissional. Uma das escolas a passar por essa mudança foi a Maria Dolores Alcântara, em 2009, construída como um Liceu Estadual, quatro anos antes, no município de Horizonte. Nos últimos cinco anos, a escola avançou em sistemas de avaliação, na aprovação de alunos em universidades públicas e na relação com os moradores da região. O resultado, porém, ainda não é regra no ensino médio do Ceará e põe em xeque a premissa de que todos devem ter o mesmo direito à educação de qualidade.
“Não dá, hoje, para eu pegar uma escola de ensino profissionalizante e comparar com uma escola de ensino médio regular. Não é que eles não tenham capacidade ou que a gente seja melhor ou pior. É no sentido de que as condições são diferenciadas, são modelos e propostas diferentes”, afirma a diretora geral, Ana Paula Nogueira.

A escola onde atua Ana Paula possui ensino em tempo integral, seleção diferenciada de professores e profissionais com dedicação exclusiva. Além do ensino médio regular, os alunos têm educação profissionalizante em áreas específicas e estágio garantido no último ano do curso.
O resultado é a aprovação de estudantes em cursos concorridos das universidades cearenses, como Medicina e Direito; número crescente de alunos premiados no Sistema Permanente de Avaliação do Estado do Ceará (Spaece) - de 11 agraciados com computador, em 2009, para 140 em 2013; dentre outros resultados positivos.
O critério de “seleção” dos alunos é o de notas no ensino fundamental, mas isso não garante qualidade na “bagagem” dos estudantes. Por iniciativa própria, a escola aplica testes diagnósticos nas turmas de primeiro ano e, a partir dos resultados, oferece aulas complementares, principalmente de português e matemática.
O doutor em Educação pela Universidade Federal do Ceará, Nicolino Trompieri Filho, aponta como falha do ensino o não aproveitamento de exames diagnósticos pelo Estado. A partir disso, erros se acumulam e dificultam os avanços, destaca ele.

O objetivo maior dessas “ilhas” tem de ser estabelecer a igualdade na Educação. No entanto, destaca Trompiere, alguns projetos podem sofrer descontinuidade a partir da mudança nas gestões de governo. “A meta é que ações como as escolas profissionalizantes se estabeleçam como políticas de Estado e não políticas de governo”, ressalta Ana Paula.


Projetos experimentais só se tornam valiosos para a sociedade a partir do momento em que podem ser replicados e ofertados para todos os públicos. “Precisamos de bons professores, bons diretores; e precisamos eliminar o componente político-particular na educação, deixar de lado interesses individuais em nome do coletivo”, frisa Célio Cunha, professor da Universidade de Brasília e doutor em Educação.
AS “ILHAS DE EXCELÊNCIA”, ESTÃO SENDO GRADATIVAMENTE AMPLIADAS E PODEM SE TORNAR REGRA NOS PRÓXIMOS 10 ANOS COM A APROVAÇÃO DO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

Célio Cunha, doutor em Educação, professor da UNB

SE HOUVESSE MAIS VERBA, MELHORARIA OU NÃO. NÃO DÁ PARA SABER. DINHEIRO NÃO É NOSSO DIFERENCIAL. O DIFERENCIAL SÃO OS RECURSOS HUMANOS QUE NÓS TEMOS.

Ana Paula Nogueira, diretora geral da escola
Maria Dolores Alcântara

AS PESSOAS ESTÃO TRABALHANDO E É IMPORTANTE QUE O GOVERNO ENXERGUE ISSO. O CEARÁ TEM UM POTENCIAL MUITO GRANDE E ELE PRECISA CRESCER UNIFORMEMENTE EM TODOS OS SETORES

Antero Gomes Neto, médico-cirurgião


TEMOS DE ESTABELECER A EDUCAÇÃO CONTINUADA COMO META PERMANENTE PARA TODAS AS ÁREAS. É UMA OBRIGAÇÃO ATUALIZAR OS PROFISSIONAIS, CONTINUAR EDUCANDO.

Neide Monteiro,
professora da UFC, doutora em Educação 




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